20 Janeiro 2015Brasil
  • O laboratório integra vários sensores portáteis de detecção e análise de traços de explosivos, restos plásticos e componentes eletrônicos procedentes do artefato.
  • O sistema gera uma imagem 3D do cenário, atribui a cada teste sua posição, registra e envia a informação a um centro de comando.
  • ForLab é um sistema pioneiro que utiliza as tecnologias mais avançadas para otimizar e elevar a eficácia no processamento das evidências.

O consórcio europeu liderado pela Indra completou o desenvolvimento de ForLab, um avançado laboratório forense desenhado para ser levado ao cenário de um atentado e poder processar provas de forma eficaz. O sistema facilita uma primeira análise e identificação rápida de explosivos e resíduos de disparos e apoia os trabalhos de detecção de pequenos restos plásticos e componentes eletrônicos procedentes do artefato.

ForLab é composto de um equipamento de modelagem 3D, que gera uma imagem precisa da cena do atentado em poucos minutos, e de uma série de sensores que permitem detectar e analisar evidências. Com ajuda de um sistema de posicionamento, é atribuída a cada teste sua localização no cenário 3D. Esta informação fica registrada e é enviada a um centro de controle utilizando um sistema de comunicações seguras.  A partir deste centro, especialistas e comando podem dirigir e dar suporte à operação de coleta de provas.

Em relação aos sensores, o consórcio liderado pela Indra proporcionou a ForLab um sistema LIBS e Raman para a detecção de explosivos, resíduos de disparos e outras substâncias, um sistema de Fluorescência Induzida laser (LIF) para detectar  polímeros e plásticos, bem como um sistema NJLD (Non-Linear Juntion Detection) para detecção de pequenos restos eletrônicos. A arquitetura do sistema foi projetada para poder incorporar de forma simples qualquer outro tipo de sensor que seja utilizado pela polícia.

O objetivo para o qual foi desenvolvido o sistema é o de otimizar a coleta de provas no terreno, uma trabalhosa tarefa que, no caso dos atentados com explosivos, exige identificar de forma rápida um grande número de possíveis provas dispersas em áreas amplas com recursos escassos. Estas provas são enviadas depois a um laboratório de referência para sua análise, trabalho que pode levar horas ou inclusive dias.

Os sensores portáteis incorporados por ForLab permitem ser mais seletivos na hora de escolher as provas que devem ser enviadas ao laboratório de referência, economizando trabalho. Os agentes também irão dispor de uma primeira análise in situ, que proporciona informação vital para identificar os possíveis autores do atentado. Também facilita a análise de paredes ou grandes superfícies nas quais é difícil recolher amostras.

Por outro lado, o sistema, além de registrar a localização precisa de cada prova, registra o agente e a hora em que foi coletada, utilizando para isso uma assinatura digital individual, melhorando assim a cadeia de custódia das provas e evitando a perda de dados logo que é colocado o cordão que protege a área do atentado.

Durante a última semana de janeiro serão realizados testes do sistema com apoio do Corpo Nacional de Polícia. Nos testes haverá a participação de diversas unidades da Polícia Nacional para simular a investigação de vários cenários pós-explosão.

Detector de explosivos ForenLIBS

Além de ser responsável pela coordenação e liderar o trabalho do consórcio ForLab, Indra se responsabilizou pelo desenvolvimento do sensor LIBS, capaz de detectar restos de explosivo e resíduos de disparos e outras substâncias em superfícies ou nas mãos de um suspeito.

ForenLIBS é um equipamento do tamanho de uma valise que um policial pode portar como mochila ou utilizar em um laboratório como um equipamento a mais. O policial dirige a ponta do laser sobre a superfície a analisar, produzindo a ablação de uma quantidade microscópica de matéria (gerando um plasma).

Os átomos e os íons excitados emitem uma radiação de luz característica de cada elemento. A radiação é detectada através de um equipamento espectrométrico, obtendo um espectro característico que permite identificar o composto.

LIBS é uma técnica simples e fácil de utilizar, muito sensível, chegando a detectar nanogramas ou bilionésima parte de um grama, que não precisa preparação das amostras e que não afeta a prova, que pode voltar a ser analisada no laboratório posteriormente. A Indra é uma das companhias líderes na pesquisa de tecnologias de detecção de explosivos.

ForLab

A Indra coordenou o projeto ForLab no qual trabalharam outros 12 sócios de sete países europeus, incluindo diversas polícias que participaram como usuários finais no desenho do sistema. O programa, com uma duração de três anos contou com o financiamento da Comissão Europeia, através do 7º Programa Marco. Junto à Indra (ES), integram o consórcio Italian National Agency for New Technologies, Energy and Sustainable Economic Development - ENEA (IT), Airbus Defence (FR), University of Thessaly (GR), Space Applications Services NV (BE), Astri Polska SP Zoo (PL), National Bureau of Investigation - NBI (FI), Arma dei Carabinieri - Raggruppamento CCI.S - RACIS (IT), Industrial Research Institute for Automation and measurement - PIAP (PL), Nucletudes (FR). Secretaria geral da Polícia- Delegacia Geral de Policía Científica (ES) e o Laboratoire Central de la Prefecture de Police LCPP (FR).

Indra

A Indra, presidida por Fernando Abril-Martorell, é a multinacional de consultoria e tecnologia nº1 na Espanha e uma das principais da Europa e América Latina. A inovação é a base de seu negócio e sustentabilidade, tendo dedicado mais de 570 M€ a I+D+i nos últimos três anos, valor que a situa entre as primeiras companhias europeias do seu setor por investimento. Com vendas aproximadas a 3.000 M€, 61% da renda procede do mercado internacional. Conta com 43.000 profissionais e com clientes em 138 países.

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