8 Novembro 2017Espanha
  • Tem uma grande capacidade de transformação no processo de negócios, onde os diversos players devem colaborar, já que aumenta a confiança e reduz a os conflitos, tendo grande utilidade em setores como comércio internacional, transporte de mercadorias, rastreabilidade de produtos, entre outros
  • Mesmo sendo uma tecnologia nova no setor de logística, agora é o momento de abordar os desenvolvimentos que vão mudar a concepção atual dos processos de negócios, facilitando a qualificação de novas fórmulas, como contratos inteligentes, e dando espaço a uma Internet de valor
  • A unidade de transformação digital da Indra elaborou, em colaboração com UNO, uma Organização Empresarial de Logística e Transporte, o Relatório ‘Como impactar a blockchain na Logística 4.0.’, cujas conclusões foram apresentadas hoje na Feira Logistics & Distribution de Madri

As tecnologias blockchain, que potencializam a interoperabilidade entre sistemas e fornecem uma única fonte de veracidade sobre as condições gerais de segurança e transparência, estão começando a se transformar em uma das principais soluções para a evolução dos negócios de logística. Isso é indicado pelo Relatório ‘Como impactar a blockchain na Logística 4.0.’, elaborado pela Minsait, a unidade de negócios da Indra, dando uma resposta aos desafios da transformação digital, em colaboração com UNO, uma Organização Empresarial de Logística e Transporte. As conclusões deste documento foram apresentadas hoje durante a Feira Logistics & Distribution, que está recebendo nos últimos dias, em Madri, as empresas mais representativas do setor, e serviram para abordar não apenas o futuro da logística, como também as propostas que vão contribuir com sua transformação em todo o mundo.

Fernando Cuenca, diretor de Práticas Digitais da Minsait, lembrou que a blockchain faz partes dessas propostas, contribuindo para uma mudança cultural que “vai redefinir as relações atuais entre as organizações”. Há um impacto potencial que exige das empresas de logística “um posicionamento a respeito”, e também uma avaliação rigorosa de suas ameaças e oportunidades, a fim de evitar ficar à margem desta revolução. É necessário “poder dar respostas aos novos modelos e definir um planejamento estratégico que permita obter vantagens competitivas”, defendeu, pontuando que esta análise deve partir da compreensão das implicações que a blockchain representa “com relação a novos modelos de desintermediação ou competição e os benefícios que contribuem para os novos cenários em relação à confiança, transparência, rastreabilidade e automatização das operações”.

Mesmo sendo um setor que ainda deu poucos passos, Fernando Cuenca estimou que as empresas de logística e transporte estão em um momento propício para abordar projetos de blockchain, “com um foco completo e uma implementação progressiva”. Não é por um acaso, recordou, que estamos começando a observar uma atividade relevante no setor de logística, e temos expectativa de que essa atividade aumente a curto prazo, conforme demonstrado pela experiência de alguns projetos relevantes que ainda estão sendo desenvolvidos no setor de comércio internacional, transporte terrestre de mercadorias, rastreabilidade de produtos ou o chamado acordo de “última milha”. Neste sentido, o secretário geral da UNO, Francisco Aranda, destacou a rastreabilidade, transparência e confiança que a tecnologia blockchain vai trazer para as novas estratégias de gestão das cadeias de fornecimento, tanto a partir de um foco mais global sobre importações, exportações ou relações entre cliente e fornecedor quanto no acordo final da distribuição urbana de mercadorias.

Com relação a este assunto, Fernando Cuenca destacou que empresas como a Indra já estão trabalhando em projetos de blockchain há um tempo e, mesmo que o plano digital se refira a tecnologias que ainda estão em processo de amadurecimento, “seu desenvolvimento está sendo muito rápido, o investimento de ativos tecnológicos é alto e os elementos disponíveis estão prontos para concretizar desenvolvimentos que permitam avaliar, com garantias, as vantagens obtidas na hora de enfrentar problemas reais”. De acordo com seu ponto de vista, é necessário que, na realização de projetos de blockchain, “o foco seja flexível, com possibilidade de valorizar as diferentes opções tecnológicas e o apoio de capacidades que se diluam tanto no plano técnico quanto no plano de negócios”.

A Internet de valor e a economia programável

O responsável pela Minsait lembrou que a blockchain, o novo paradigma tecnológico que nos trouxe o Bitcoin, conta com uma grande capacidade de transformação em cenários e processos complexos, onde os diversos players devem ter confiança e colaboração entre eles, já que ela aborda dois elementos essenciais para a transformação: mais confiança e menos conflitos, uma vez que foca na privacidade das informações e no rendimento. Para o especialista, um dos grandes recursos da blockchain é incorporar características fundamentais para definir o próximo nível da Internet, onde o valor (seja na forma de dinheiro ou de ativos digitais) se movimentará pela rede da mesma forma em que ocorre hoje com as informações.

Além disso, facilita a economia programável e as transações comerciais, possibilizando a formalização de Contratos Inteligentes (Smart Contracts), que terão a capacidade de serem executados automaticamente assim que definidos entre as partes. Com a blockchain, a tecnologia de cadeia de blocos, que permite armazenar contratos não controlados por ninguém, podem funcionar de maneira autônoma e automática, e sua viabilidade é mais possível do que nunca, possibilitando um novo cenário de relações de negócios.

Uma aposta empresarial que, apesar de estar ainda estar no início, já é referência para as organizações que estão contribuindo com sua consolidação, tendo o trabalho é a chave para a capacidade colaborativa própria desta tecnologia. Esse é o caso da R3, do Enterprise Ethereum Alliance, do Hyperledger Project ou, em âmbito internacional, do Alastria, o primeiro consórcio de setores múltiplos de blockchain da Espanha, no qual a Indra faz parte.

Facilitando a colaboração empresarial

Conforme abordado no relatório da Minsait, a blockchain propõe a mudança dos modelos digitais existentes atualmente e que giram em torno de terceiros de confiança. Por exemplo, quando fazemos um pagamento pela Internet, a página entra em contato com o nosso banco ou instituição financeira (que, neste caso, é o terceiro) para que a transação seja autorizada. Porém, a tecnologia blockchain promove novas formas em que uma autorização central ou de confiança não é necessária, onde as informações, através de um sistema comum e seguro, têm seus silos removidos, que hoje estão muito divididos e replicados, substituindo por uma ‘fonte única de veracidade’ comum a todas as organizações envolvidas, que é compartilhada e supervisionada por todas elas. Por isso, é uma tecnologia única que reduz os conflitos nas operações e rompe as barreiras da colaboração entre as organizações.

Setores como o setor financeiro, comércio internacional, automação, eletrônico ou de administrações públicas, onde os processos participativos estão sendo fomentados, já estão utilizando essa nova tecnologia para melhorar suas operações. Além disso, outras tecnologias novas, como a Internet das Coisas (IoT), estão encontrando neste setor uma linha nova e promissora a ser explorada, já que uma infraestrutura distribuída e segura para realizar as operações abre novas portas para planejar sistemas onde os dispositivos disponíveis de IoT se comuniquem mais diretamente. De fato, de acordo com a unidade de negócios da Indra, muitas empresas já estão envolvidas em projetos de blockchain, a fim de oferecer modelos novos e descentralizados que reduzam custos e permitam novas interações digitais que potencializem a colaboração entre dispositivos, sistemas e organizações.

A Indra mostra, através de iniciativas como a desenvolvida hoje na Logistics, suas capacidades de dar respostas a novos desafios de integração da cadeia de logística, conforme sua evolução necessária e até a Indústria 4.0., oferecendo estratégias de valorização que permitam criar, adaptar e integrar novos modelos de negócios. Conforme Roberto Espina Manchón, diretor de Serviços e Infraestruturas da Indra, “nossos compromissos com o setor de logística são inquestionáveis e são o melhor exemplo da estreita relação que estamos construindo ao longo dos anos com diversas empresas do setor de logística. Estamos fazendo uma grande aposta ao impulsionar projetos em áreas com um alto impacto no negócio, como rastreabilidade de ativos e produtos, localização interior ou automação de operações”.

Para acessar o relatório completo: https://www.minsait.com/es/whats-new/insights/como-impacta-blockchain-en-la-logistica-40

Sobre a UNO

A UNO é uma organização empresarial de logística e transporte espanhola. Como fundadora do setor e porta-voz das cadeias de fornecimento, a UNO reúne empresas que projetam, organizam, gerenciam e controlam os processos de uma ou diversas fases da cadeia de fornecimento (aprovisionamento, transporte, armazenamento, distribuição, montagem, empacotamento final, intermodalidade, distribuição, carga aérea ou mobilidade urbana). As empresas integradas na UNO geram um volume de negócio de mais de 10 bilhões de euros.

Sobre a Indra

A Indra é uma das principais empresas globais de consultoria e tecnologia, é líder de tecnologias da informação na Espanha e parceira tecnológica das principais operações de negócios de seus clientes em todo o mundo. Possui uma oferta completa de soluções próprias e serviços avançados com alto valor agregado em tecnologia, que combina uma cultura única de confiança, flexibilidade e adaptação às necessidades de seus clientes. A Indra é líder mundial no desenvolvimento de soluções tecnológicas completas em áreas como Defesa e Segurança, Transporte e Tráfego, Energia e Indústria, Telecomunicações e Mídia, Serviços Financeiros, Processos Eleitorais e Administrações Públicas e Saúde. Através de sua unidade Minsait, a Indra teve o rendimento de 2,709 milhões de euros, 34 mil colaboradores, presença local em 46 países e operações comerciais em mais de 140 países. Através da aquisição da Tecnocom, em 2016 a Indra soma, em seu rendimento total, mais de 3,200 de euros, e uma equipe com cerca de 40 mil profissionais.

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