3 Noviembre 2025Portugal
  • Segundo o relatório da Indra Group, o país acelera a transformação digital e reforça a maturidade nestas tecnologias, suportado em políticas públicas de digitalização e numa crescente maturidade tecnológica do setor empresarial
  • Até 2027, 30% das grandes empresas industriais deverão adotar robótica multifuncional com IA e 5G, refletindo a nova geração de inovação portuguesa
  • 42% das empresas nacionais planeia transferir cargas críticas para ambientes de cloud privada até 2026, procurando maior controlo sobre os dados e previsibilidade de custos
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Lisboa, 3 de novembro de 2025 – Portugal está a dar passos consistentes na consolidação do seu ecossistema tecnológico, num contexto europeu cada vez mais competitivo. O país tem vindo a reforçar o investimento em inteligência artificial, computação quântica, cibersegurança e computação híbrida, sustentado por políticas públicas de digitalização e uma crescente maturidade tecnológica do setor empresarial. Estas são algumas das conclusões do relatório Innovation Telescope – Zoom Portugal, apresentado esta quarta-feira pela Minsait, empresa do grupo Indra, que analisa o estado da inovação tecnológica nacional e o posicionamento de Portugal face às principais tendências globais.

O relatório destaca que a aceleração digital em Portugal reflete a conjugação entre o impulso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a Estratégia Digital Nacional (EDN), de acordo com o Observatório de Inovação do INCoDe.2030, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e a Agência para a Modernização Administrativa (AMA).

Ainda que persistam desafios relacionados com talento especializado e escala de investimento, o país demonstra um caminho de evolução sustentada e capacidade de inovação. Adicionalmente, o relatório identifica as principais tendências tecnológicas que estão a moldar o país.

“Portugal vive uma fase importante de afirmação no contexto tecnológico europeu. O país tem mostrado uma capacidade crescente de integrar novas tecnologias com visão estratégica e foco na sustentabilidade, reforçando a cooperação entre empresas, universidades e entidades públicas”, afirma Pedro Moura, Manager na Área de Estratégia e Inovação da Minsait em Portugal (Indra Group).

Computação quântica ganha espaço e promete revolucionar setores estratégicos

As tecnologias quânticas surgem no relatório como uma das próximas grandes fronteiras da inovação tecnológica, com potencial para transformar setores estratégicos como as finanças, energia, ciências da vida e mobilidade. Embora ainda numa fase exploratória, estas tecnologias estão a ganhar relevância pela sua capacidade de resolver problemas de elevada complexidade que ultrapassam as limitações da computação clássica.

A nível global, o mercado das tecnologias quânticas poderá atingir 97 mil milhões de dólares até 2035, sendo que a computação quântica representará cerca de 72 mil milhões desse total. Em Portugal, multiplicam-se as iniciativas de colaboração entre universidades, centros de investigação e entidades públicas, movimento que posiciona o país como um participante ativo em projetos europeus como o EuroQCI (European Quantum Communication Infrastructure) e evidencia o potencial da ciência quântica para impulsionar a soberania tecnológica nacional.

IA, cibersegurança e computação híbrida impulsionam o novo ciclo tecnológico

O relatório aponta a inteligência artificial, a cibersegurança e a computação híbrida entre as três áreas mais transformadoras do ecossistema tecnológico português. A robótica multifuncional é uma das tendências em maior expansão: em Portugal, espera-se que 30% das grandes empresas industriais adote robôs multifuncionais até 2027, permitindo uma colaboração segura entre humanos e máquinas em fábricas, hospitais e serviços públicos.

A cibersegurança inteligente surge como prioridade nacional, com um reforço das estratégias “zero trust” e do uso de IA na deteção preditiva de ameaças, em linha com a Estratégia Nacional de Cibersegurança 2024-2030. Estas medidas consolidam o compromisso português com a soberania digital e a proteção de infraestruturas críticas.

Em paralelo, a computação híbrida e a migração para clouds privadas ganham expressão: 42% das empresas nacionais planeia transferir cargas críticas para ambientes de cloud privada até 2026, procurando maior controlo sobre os dados e previsibilidade de custos.

Sustentabilidade e Digital Trust como motores da inovação

A sustentabilidade tecnológica assume-se como vetor estratégico da transformação empresarial. Dados apresentados no relatório mostram que 60% dos líderes de TI em Portugal já encara as práticas ESG como prioridade, com destaque para soluções de eficiência energética, rastreabilidade de produtos e economia circular, impulsionando a transição para um modelo digital mais verde e responsável.

“As medidas que possam ser implementadas neste domínio devem deixar de ser encaradas como um custo adicional para as empresas, e passar a serem vistas como um investimento, inclusive no âmbito financeiro, pois maioritariamente geram poupanças em termos do consumo de energia e de água, acumulando ainda com benefícios na imagem corporativa, com reflexos nas vendas dos seus produtos”, refere Pedro Moura.

O relatório destaca também o crescimento das ferramentas de combate à desinformação, que combinam IA e blockchain para a verificação automática de conteúdos e identidades digitais — uma aposta que está já a transformar setores como a saúde, energia e administração pública.

O futuro do trabalho é aumentado e conectado

Com o trabalho híbrido consolidado, 74% dos líderes portugueses considera que a adoção de tecnologias de IA, Realidade Aumentada e plataformas colaborativas permitirá aumentar a produtividade em até 30%. O conceito de “Augmented Connected Workforce” traduz esta nova era, em que a tecnologia amplifica as capacidades humanas e redefine o futuro do trabalho, com humanos e tecnologia a trabalharem lado a lado.

Apesar dos desafios que persistem ao nível do talento digital e da infraestrutura tecnológica, o relatório indica que Portugal está a avançar na maturidade tecnológica e confiança digital nos mais diversos setores.

“A inovação tecnológica deve ser encarada como um ativo estratégico para o nosso país. O que a informação compilada neste relatório demonstra é que Portugal tem a capacidade para transformar o seu potencial digital em resultados concretos com impacto ambiental, económico e social”, conclui o responsável.

O Innovation Telescope – Zoom Portugal é uma iniciativa da Minsait (Indra Group) que resulta da análise de dados de mercado e das tendências globais identificadas pela Indra, destacando como Portugal se posiciona no contexto tecnológico europeu e quais as tecnologias emergentes que irão definir a competitividade nacional nos próximos anos.

Sobre a Indra Group

A Indra Group é uma holding que promove o progresso tecnológico, que inclui a Indra, empresa global em defesa, tráfego aéreo e espaço; e a Minsait, líder em transformação digital e tecnologias da informação em Espanha e na América Latina. A Indra Group impulsiona um futuro mais seguro e conectado através de soluções inovadoras, relações de confiança e o melhor talento. A sustentabilidade faz parte da sua estratégia e cultura, com o objetivo de responder aos desafios sociais e ambientais presentes e futuros. No final de 2024, a Indra Group tinha um volume de negócios de 4.843 milhões de euros, presença local em 46 países e operações comerciais em mais de 140 países.

Em Portugal desde 1997, a Indra, com escritórios em Lisboa, Porto e Amarante, conta com uma sólida equipa de profissionais com elevada especialização para o desenvolvimento e implementação das suas soluções e serviços. A empresa integra alguns dos projetos mais inovadores que são chave para o desenvolvimento económico e tecnológico do país nos sectores de Defesa, Aeroespaço e Mobility e através da sua filial Minsait, nas Tecnologias de Informação.

 

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