27 February 2019Portugal
  • Realizou-se hoje o 6th Open Workshop do projeto AUTOCITS, liderado pela Indra, onde foi feita uma demonstração com shuttles autónomos que ligaram o Terminal de Cruzeiros de Lisboa às estações de comboio e metro de Santa Apolónia
  • O projeto explora as bases para o desenvolvimento da futura legislação para veículos autónomos em Portugal
  • O projeto AUTOCITS visa contribuir para a circulação dos veículos autónomos na Europa, fomentando uma convivência segura com os restantes veículos

 

O consórcio do projeto AUTOCITS, liderado pela Indra, apresentou os resultados dos primeiros testes com veículos autónomos realizados em Portugal num workshop, que se realizou hoje, no Terminal de Cruzeiros de Lisboa, onde foram apresentados os avanços do projeto europeu de inovação AUTOCITS, que testou a condução autónoma em Lisboa, Madrid e Paris, cidades do denominado Corredor Atlântico da RTE-T. A sessão contou com uma intervenção do Prof. Doutor Henrique Machado Jorge e foi encerrada por Sua Excelência o Secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, Prof. Doutor José Mendes

Para além da Indra, que coordena o projeto a nível europeu, participaram neste evento os vários parceiros do projeto, entre eles a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, o Instituto Pedro Nunes e a Universidade de Coimbra, o evento contou ainda com a participação de entidades ligadas à tecnologia dos veículos autónomos e conectados, à infraestrutura rodoviária, bem como com as Forças de Segurança.

O Projeto AUTOCITS tem como principais objetivos estudar o enquadramento legal da condução autónoma; implementar, testar e avaliar os serviços “Day 1” do C-ITS para veículos autónomos de acordo com a regulamentação de trânsito aplicável; Disponibilizar recomendações para a regulamentação e implementação em larga escala, e Cooperar com outras iniciativas.

Durante o evento, que hoje se realizou, foi feita uma demonstração com Shuttles autónomos que permitiram o transporte de passageiros num troço aproximado de 800 metros e que ligou o Terminal de Cruzeiros de Lisboa às estações de comboio e metro de Santa Apolónia.

No projeto-piloto de Lisboa, realizado em outubro passado, durante 4 dias nos dois sentidos da CREL, entre os nós da Pontinha (km 10) e de Odivelas (km 17), os serviços C-ITS testados contribuíram para ampliar a “visão” do veículo autónomo através de alertas sobre congestionamentos de trânsito, notificações sobre veículos lentos ou estacionados e avisos sobre condições climatéricas adversas. Para a realização dos testes foram utilizados eventos simulados.

Uma equipa técnica de Madrid composta pela Indra e a Universidade Politécnica de Madrid, veio a Portugal com um dos seus veículos autónomos e equipamento ITS, utilizados no projeto-piloto da capital espanhola, testar a interoperabilidade do sistema.

Testes do veículo autónomo em Madrid

Para o projeto-piloto realizado em Madrid desenvolveram-se três serviços C-ITS que permitiram que o veículo autónomo tomasse decisões através de avisos como, por exemplo, notificações sobre obras nas estradas, situações de congestionamento ou de condições climatéricas adversas.

Estes serviços C-ITS foram integrados na solução de gestão de tráfego e túneis Horus, de desenvolvimento próprio da Indra, para o qual foi criado um novo módulo que permite gerir o envio de informação ao veículo autónomo ou conectado assim como aproveitar todos os dados que este tipo de veículos produzem, processando-os em tempo real e oferecendo informação de valor para a tomada de decisões dos gestores, dos próprios veículos conectados e dos condutores dos veículos convencionais.

A plataforma Horus, implementada na nuvem, obtém informação das incidências através do canal de informação da Direção Geral de Tráfego (DGT), mais concretamente através do protocolo DATEX2, um standard europeu para o intercâmbio de informação entre centros de controlo de tráfego.

Também já se instalaram no cenário do projeto-piloto o busVAO da A-6 que liga com a circunvalação M-30 em Madrid, as unidades de estrada RSU (Road Side Units), que dispõem de várias tecnologias de comunicação ITS-G5 e comunicações móveis. Estes equipamentos enviam a informação para os veículos autónomos e conectados quando estiverem a circular pela via reversível de alta ocupação da A-6.

Intercâmbio de serviços entre pilotos

Em Paris, para além deste tipo de avisos de situações perigosas foram notificados os engarrafamentos proporcionando informação sobre a velocidade ou vias recomendadas, alternativas, etc., utilizando a comunicação I2V a partir do centro de controlo para os veículos autónomos. Os testes foram realizados na autoestrada A-13 nos arredores da cidade.

Tanto o projeto-piloto de Madrid como o de Lisboa e Paris são pioneiros no Corredor Atlântico e foram dos primeiros na Europa que incluíram testes de veículos autónomos de diferentes fornecedores, em ambientes fechados e abertos ao trânsito convencional em vias urbanas, suburbanas e ligações com autoestradas. Os serviços e sistemas que se testaram numa determinada cidade foram intercambiados com os das restantes duas para comprovar que são interoperáveis e funcionam corretamente.

Ecossistema de colaboração

Para além da Indra, participam no projeto AUTOCITS a Direção Geral de Tráfego (DGT), a Universidade Politécnica de Madrid (UPM), a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a Universidade de Coimbra (UC), o Instituto Pedro Nunes (IPN) e a Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique (INRIA); (INRIA). O projeto tem um orçamento de 2,6 milhões de euros e financiamento do programa europeu CEF (Conecting Europe Facility).

O projeto AUTOCITS está ainda a colaborar com outras iniciativas de I+D+i existentes à escala europeia neste âmbito, como por exemplo, a plataforma C-Roads e o projecto C-Roads Spain, assim como com outras entidades interessadas em projetos relacionados com o veículo conectado e autónomo.

Sobre a ANSR

 ANSR tem por missão o planeamento e coordenação a nível nacional de apoio à política do Governo em matéria de segurança rodoviária, bem como a aplicação do direito contraordenacional rodoviário.

São atribuições da ANSR:

​- Contribuir para a definição das políticas no domínio do trânsito e da segurança rodoviária;

- Elaborar e monitorizar o Plano Nacional de Segurança Rodoviária, bem como os documentos estruturantes relacionados com a segurança rodoviária, e bem assim promover o seu estudo, nomeadamente das causas e fatores intervenientes nos acidentes de trânsito;​

- Promover e apoiar iniciativas cívicas e parcerias com entidades públicas e privadas, designadamente no âmbito escolar, assim como promover a realização de ações de informação e sensibilização que fomentem uma cultura de segurança rodoviária e de boas práticas de condução;

- Elaborar estudos no âmbito da segurança rodoviária, bem como propor a adoção de medidas que visem o ordenamento e disciplina do trânsito;

- Fiscalizar o cumprimento das disposições legais sobre trânsito e segurança rodoviária e assegurar o processamento e a gestão dos autos levantados por infrações ao Código da Estrada e legislação complementar;

- Uniformizar e coordenar a ação fiscalizadora das demais entidades intervenientes em matéria rodoviária, através da emissão de instruções técnicas e da aprovação dos equipamentos de controlo e fiscalização do trânsito, e exercer as demais competências que a lei, designadamente o Código da Estrada e respetiva legislação complementar, lhe cometam expressamente;

- Contribuir financeiramente, em colaboração com a Direção-Geral de Infraestruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna, para a aquisição de equipamentos e aplicações a utilizar pelas entidades do MAI intervenientes em matéria rodoviária, segundo orientação superior. 

Sobre a Indra

A Indra (www.indracompany.com) é uma das principais empresas globais de Tecnologia e Consultoria e o parceiro tecnológico para as operações chave dos negócios dos seus clientes em todo ou mundo. É líder mundial no fornecimento de soluções próprias em segmentos específicos dos mercados de Transporte e Defesa, e a empresa líder em Consultoria de transformação Digital e Tecnologias da Informação em Espanha e na América latina através da sua filial Minsait. O seu modelo de negócio está assente numa oferta integral de produtos próprios, com um enfoque end-to-end, de alto valor e com uma elevada componente de inovação. No exercício de 2017 registou um volume de vendas de 3.011 milhões de euros, 40.000 colaboradores, presença local em 46 países e projetos em mais de 140 países.

Em Portugal

Em Portugal desde 1997, a Indra conta com uma sólida equipa de profissionais com elevada especialização para o desenvolvimento e implementação das suas soluções e serviços e é um aliado estratégico em projetos chave para o desenvolvimento económico e tecnológico de instituições e empresas.

 

 

 

 

 

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